A Connect Robotics é uma start-up, incubada no UPTEC- Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto. É especialista no desenvolvimento de um software, que funciona como um sistema de gestão de entrega de pequenas mercadorias, através da utilização de drones.
MDR: Em que contexto surgiu a fundação da Connect Robotics?
RS: A tecnologia em causa surgiu no âmbito do projeto de doutoramento de Eduardo Mendes, atual responsável de I&D. Debruçando-se sobre o estudo das aeronaves não tripuladas, Eduardo verificou não existir à data, um software que permitisse automatizar com facilidade um drone. Surgiu, assim, a ideia do desenvolvimento deste software. O projeto foi avançando, tendo sido, posteriormente, submetido ao programa da escola de start-ups do UPTEC- Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto.
MDR: Os drones são um dos mais avançados equipamentos no campo da robótica, aeronáutica e eletrónica. Estão associados a serviços militares, porém, hoje em dia há muitas ofertas no mercado acessíveis ao público em geral. No V/ caso, quais os elementos que constituem a V/solução de transporte e qual o processo de funcionamento da mesma?
RS: O nosso core business traduz-se no processo de programação do software, que permite viabilizar o drone, como um meio fácil de transporte de mercadorias. A nossa solução inclui a autonomização do drone, bem como uma torre de controlo (que existe na nuvem), por meio da qual serão fornecidas coordenadas, quanto às melhores rotas a utilizar, em determinado trajeto. O drone estará munido de sensores, possibilitando a deteção de objetos ao redor, evitando colisões durante o voo.
MDR: Já foram realizados testes?
RS: O primeiro teste vai ser realizado agora em Junho. Queremos ir, progressivamente, fazendo mais testes, nomeadamente em regiões afastadas das grandes cidades.
MDR: Como tem sido a adesão, por parte de clientes e outros parceiros?
RS: Temos levado a cabo reuniões, com empresas ligadas ao retalho, à indústria farmacêutica e, também, à distribuição/logística. Estimamos que, daqui a cerca de 4 anos, este sistema de entrega de mercadorias será uma realidade comercial em grande escala. As compras serão feitas, comodamente, pelos clientes finais, por meio do telemóvel e, posteriormente, chegarão, às suas casas, via drones. Haverá também pontos de recolha em diferentes locais, incluindo caixas de correio automatizadas, que estarão preparadas para receber os drones e respetivas encomendas. No campo farmacêutico, será uma evolução muito positiva, permitindo a entrega de medicamentos em farmácias de pequenas cidades, que não têm poder de investimento para armazenarem medicamentos mais caros e com menos saída.
MDR: À data de hoje, ainda não existe, a nível internacional ou europeu, legislação harmonizada, especificamente, aplicável à utilização e operação deste tipo de aeronaves. Encontra-se, contudo, a decorrer a fase da consulta pública, relativa ao projeto de regulamento, apresentado pelo regulador do setor da aviação – Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC). Este projeto vai de encontro aos V/interesses?
RS: A legislação consagra um ponto que não é do nosso interesse, mas que, entendemos, que faz parte do processo de evolução. Diz respeito aos voos que vão além do campo de visão, relativamente aos quais se exige uma autorização especial para cada voo, o que inviabiliza, para já, as rotas comerciais. Mas com a evolução dos sistemas de software, bem como dos dados fornecidos pelos mesmos, que permitirão um maior controlo das operações a todos os níveis, será tudo uma questão de tempo.
MDR: Como têm gerido o V/processo de comunicação externa, nomeadamente, em termos de gestão de redes sociais?
RS: Utilizamos, com regularidade, o Facebook, o Twitter e o Linkedin, com o objetivo de procurar informação relacionada com o nosso sector, inclusive a atividade dos nossos concorrentes.
MDR: Na sua opinião, o futuro pertencerá aos wearable drones? Qual o espaço de tempo de que estamos a falar, para que se torne uma realidade acessível ao cidadão comum?
RS: Pode ser uma possibilidade, já vimos demonstrações, mas é um uso muito limitado ainda e, geralmente, para fotografia. São alternativas interessantes, mas que não interferem com o nosso sistema. É uma forma inteligente de usar a tecnologia e que poderá ajudar os cidadãos a verem os drones como algo friendly e não assustador.
Deixe uma resposta