Numa era de consumidores exigentes e progressivamente digitais, os tempos do ‘retalho aborrecido’ têm os dias contados…
Após o anúncio do declínio record de vendas no final do ano passado e das manchas na sua e-reputação, a H&M vem a público informar que pretende apostar no e-commerce (nomeadamente integrando o marketplace tmall.com), acompanhando as tendências de mercado.
Optou ainda pela criação de um novo formato- Afound– com o objetivo de comercializar roupas a preços de desconto, ao mesmo tempo que planeia reformular as lojas físicas atuais.
A primeira loja desta nova marca será lançada ainda este ano em Estocolmo, a par de uma loja digital na Suécia, avança o El País.
A digitalização acelerou o processo de transformação na moda. Consciente desse facto, a empresa abrirá as suas lojas online em 4 outros mercados, da Índia à Arábia Saudita, que se vêm somar a outros 43 países nos quais já tem presença no comércio eletrónico, na expetativa de que as vendas cresçam cerca de 25% neste ambiente online.
Todavia, os desafios neste sector não são fáceis. Os players da indústria da moda estão a trabalhar, para tentar encurtar o tempo de ciclo do produto. O ambiente é de elevada rivalidade e a posição de mercado é ameaçada por rivais como a Primark que têm vindo a vencer no jogo do fast-fashion com um sortido mais económico e popular entre os consumidores.
Por outro lado, a H&M veio admitir o que já todos sabíamos, enquanto shoppers. Que a experiência das lojas físicas da marca já deveria ter sido melhorada há muito.
E como? No nosso entender, com uma maior implantação de tecnologia (realidade aumentada, realidade virtual, geo-tracking e customer analytics), melhor integração entre online e offline (aprendendo com a rival Zara que é mais flexível na logística, introduzindo celeremente entregas e devoluções na loja física de pedidos online), aposta em storytelling (sim, as gerações Y e Z ainda gostam de sonhar!), novos layouts e de exposição de produto, novos conceitos store-in-store, entre outros.
Numa era de shoppers exigentes e progressivamente digitais, para se conseguir apresentar vantagem competitiva é necessário constante inovação e investimento. Grandes ideias, associadas a forte dinamismo! Não se esqueçam: os tempos do retalho aborrecido já lá vão. Já não basta satisfazer clientes, é preciso encantá-los! Atrevam-se!
Ana Canavarro
Investigadora, consultora e professora em marketing digital de moda e de retalho
https://www.linkedin.com/in/anacanavarro/
anacanavarroster@gmail.com
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