
As pessoas experimentam sentimentos de confusão, quando enfrentam um espaço desconhecido (seja um espaço comercial, um hospital ou um campus universitário, por exemplo). As tecnologias de geo-targeting são uma solução bastante útil para este problema.
Aliás, quantos de nós já não experimentaram esta sensação… Um sistema de geo-targeting bem concebido irá ajudá-las a economizar tempo e energia e, resumidamente, a solucionar o problema de orientação. A orientação espacial é uma habilidade natural, que desenvolvemos ao longo da vida e que se baseia no conhecimento de senso comum do espaço geográfico.
Assim que entramos num espaço desenvolvemos, automaticamente, um mapa cognitivo, com base na informação que o nosso cérebro processa e memoriza. Contamos com sinais à nossa volta para nos orientarmos através do espaço e entendermos aonde vamos depois. Se pensarmos bem, quase tudo o que experimentamos num dia obriga-nos a ir do ponto A ao ponto B. Como é que os avanços da tecnologia nesta área complementam os princípios tradicionais da orientação espacial? Na era do mobile, assistimos a uma evolução no campo das tecnologias de geo-targeting, o que permite transformar a experiência que um visitante tem de um determinado espaço. Tal traduz-se no seguinte: em vez de um sinal indicativo (de um ponto de chegada ou de direção a seguir), a informação circula através dos dispositivos móveis, que recebem sinais de beacons. Empresas internacionais e portuguesas já utilizam esta tecnologia.
Mas o que são beacons? Os beacons ou ibeacons (uma tecnologia lançada pela Apple) utilizam o Bluetooth Low Energy, que permite que aplicativos mobile (de iOS ou Android) recebam sinais do mundo físico e reajam de acordo com esses sinais. Esta tecnologia foi criada para transmitir pequenas quantidades de dados por meio de ondas de rádio, em distâncias definidas. As informações são reconhecidas por smartphones (ou outros dispositivos) e podem ser usadas para acionar mensagens em formato push ou ações dentro de um aplicativo.
Aplicações Práticas? Algo que me fascina, que é a aliança entre o mundo offline (nomeadamente, das ‘brick-and-mortar stores’) e o online, envolvendo o shopper e incrementando a conversão das visitas em vendas efectivas. Com uma rede de geo-targeting (utilizando beacons), qualquer retalhista pode entender, exactamente, onde um consumidor está localizado no ambiente físico, o que promove a oportunidade de vender, de acordo com o contexto em que está inserido. O consumidor pode estar, por exemplo, a percorrer determinada loja, munido do seu smartphone (que, como bem sabemos, está sempre ligado e connosco– always-on, always-with-us).
Os aplicativos instalados no aparelho reconhecem o beacon e comunicam, desta forma, dados relevantes. Poderá ser apenas uma mensagem de boas vindas, uma oferta especial ou até uma lembrança útil. Outras possibilidades incluem o pagamento via mobile e a implementação fora do retalho, como em aeroportos, avenidas, parques temáticos, etc. O beacon permite ainda cativar o shopper, que está a passear numa rua, para o interior da loja física, com uma oferta especial. Questões de privacidade? Sim, que as há, há, como em todo este tipo de tecnologias. No entanto, convém salientar que este sistema assenta no opt-in (marketing de permissão), como tal serão os consumidores, os agentes das suas próprias escolhas.
Autora: Ana Canavarro
Fontes:
The Evolution of wayfinding, Jibestream, 2014, disponível em http://www.jibestream.com/ebook-the-evolution-of-wayfinding (consult. 1.05.015);
Nós e os Beacons, 16 de Julho de 2014, disponível em http://blog.concretesolutions.com.br/2014/07/nos-e-os-beacons/ (consult. 3.05.015);
Beacons – nova tecnologia nos serviços baseados na localização, disponível em http://webmktfep.blogspot.pt/2014/04/ibeacon-nova-tecnologia-nos-servicos.html (consult. 15.05.015).
Beacons estão a chegar a Portugal, disponível em http://www.hipersuper.pt/2014/06/16/beacons-estao-a-chegar-a-portugal/ (consult. 5.05.015).
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